sexta-feira, 29 de maio de 2009

Proposta ao terceiro mandato é barrada antes mesmo da tramitação

A Proposta de Emenda à Constitucional (PEC) que criava a possibilidade de um terceiro mandato ao cargo presidencial, de governador ou prefeito municipal, foi barrada hoje na Câmara dos Deputados, antes mesmo do início da sua tramitação.

De autoria do deputado Jackson Barreto, do PMDB, a PEC havia conseguido 183 votos, o que garantiria a sua tramitação (o mínimo exigido são 171 votos). Mas, no fim da noite dessa quinta-feira, foram retiradas 13 de 15 assinaturas de deputados dos partidos de oposição (DEM e PSDB) que haviam apoiado a proposta. O número de votos caiu para 170, e a tramitação da PEC foi impedida.

Agora, a proposta voltará para Barreto, que poderá tentar angariar novos votos para a mesma. Mas o caminho até a linha de chegada não é fácil: para ser aprovada, uma emenda à Constituição tem de obter ao menos três quintos dos votos dos parlamentares de cada casa (Câmara e Senado).

A posição do presidente Lula é contra um terceiro mandato. Vários parlamentares evocaram esse fato para defenderem sua posição (igualmente contra). O Partido dos Trabalhadores (PT) disse que, apesar de também não apoiar a proposta, não pedirá a seus deputados que retirem suas assinaturas da lista.

A situação hoje é diferente de 1997, quando a aprovação de um segundo mandato favorecia, visivelmente, o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas ainda sim, o erro pode não ser o número de mandatos, mas a duração de cada um.

É visível que durante os quatro anos de governo, o último (ou pior, a metade do penúltimo e o último) é gasto em campanha para reeleição. No caso de um terceiro mandato, não seria diferente, e nem um quarto, um quinto. Penso eu que melhor seria reavaliar o tempo de duração de um mandato, talvez prolongando-o para 6 anos, às vezes até mais. Muitos projetos encabeçados por um governo recém-eleito são complexos demais para serem concluídos em apenas 4 anos. Muitas vezes o governo atual não se reelege, e o que assume tem propostas ideológicas diferentes, descontinuando uma ação importante que vinha sendo trilhada pelo anterior.

Mais dados acerca da PEC e a opinião de parlamentares acerca do terceiro mandato podem ser encontradas aqui.

Respeito às diferenças

Coleção Bem-Me-Quer ensina a respeitar as diferenças

As bibliotecas do país receberão, gratuitamente, a coleção Bem-Me-Quer, com nove livros infanto-juvenis assinados por autores nacionais e um áudio-livro, destinado a deficientes visuais. Os livros tratam sobre temas como etnia, classe social, deficiências, religião, orientação sexual, gênero e regionalismo, e são uma realização do Instituto dos Direitos da Criança e do Adolescente – INDICA, uma organização não-governamental.
O lançamento da coleção ocorre nesta quinta-feira, 28 de maio, no Itaú Cultural, em São Paulo (Av. Avenida Paulista, 149, Cerqueira César). O trabalho tem o patrocínio da Fundação Itaú Social e seus exemplares serão distribuídos a bibliotecas de 2.600 escolas públicas do Brasil, apoiadas pela instituição, através do Programa Itaú Criança.
A mineira/baiana Ana Raquel escreve e desenha o volume É Igual Mas É Diferente, que fala sobre etnia. Jonas Ribeiro é autor do texto de As Meninas Descalças, ilustrado por Raquel Echenique. Flávia Lins e Silva aborda as deficiências em Como Somos, ilustrado por Leicia Gotlibowsky. A brasiliense Eliana Carneiro assina e ilustra o volume que trata de religião, o Livro das Pequenas Grandes Perguntas. O franco-brasileiro Gilles Eduar escreve e ilustra Marina e Makulelê, que trata do tema das diferenças. Adriana Falcão escreve Roda-Gigante, sobre religião, com ilustrações do paulistano José Carlos Lolo. Por Que Eu Não Consigo Gostar Dela é o título do volume que trata de orientação sexual, escrito por Ana Claudia Ramos e desenhado por Maurenilson Freire. O ilustrador cearense também é responsável pelas imagens de O Salto da Borboleta, livro escrito por Márcia Cristina Silva e que fala da questão de gênero. E o último da coleção, assinado por Chico Salles, é A Cor do Ovo, que aborda o tema do regionalismo e tem ilustrações de Jô Oliveira.
O áudio-livro contém todas as nove estórias narradas por contadores profissionais (com capa escrita em braile) e com trilha sonora original composta pelo violonista e compositor Jorge Brasil. Cada um dos livros apresenta textos e ilustrações criados especialmente para o projeto.
Fonte: HQmaniacs/UOL
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Mais importante do que lançar uma coleção falando de diferenças é respeitar de fato tais diferenças na produção dessas obras. Falar de deficiências e dificuldades todo mundo fala; se empenhar no trabalho e adaptação de obras que não só fazem esse discurso como também praticam o que é pregado é o grande diferencial. Cansamos de muita saliva e pouca ação.
Estão de parabéns.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Ministério Público pede que SBT pague R$ 1 milhão por caso Maisa

O Ministério Público do Trabalho promove uma ação civil pública contra o SBT e pede à Justiça que a emissora indenize os trabalhadores em R$ 1 milhão. O valor seria revertido para o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).


O órgão contesta o trabalho da menina Maisa da Silva Andrade, 7, e alega ainda dano moral coletivo.


O procurador Orlando Schiavon Júnior, da Procuradoria do Trabalho no Município de Osasco, deu entrada com a ação civil pública acompanhada de um pedido de liminar, ainda não analisado pelo juiz da 2º Vara do Trabalho de Osasco, na última sexta-feira (22).

Em suma, a procuradoria pede mais controle sobre o trabalho da menina e diz que ela tem autorização para gravar nas tardes de quarta-feira. A ação civil pública não cita apenas os episódios nos quais Maisa chorou no "Programa Silvio Santos". O quadro "Pergunte a Maisa" foi barrado na sexta-feira por autorização judicial.

O procurador cita, por exemplo, o fato de a menina ter substituído os apresentadores Yudi e Priscilla durante as férias da dupla em janeiro.

O texto lembra também que o trabalho para menores de 16 anos é proibido, mas autorizado em algumas manifestações artísticas desde que se cumpram alguns requisitos --como poupança para a menor, que não seja a renda principal da família, que não prejudique a escola, entre outros pontos.

As questões que levaram Maisa a chorar no "Programa Silvio Santos" foram citadas como desrespeito a tais leis.

O SBT não se pronuncia sobre o assunto.


Fonte: Folha Online

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O SBT não se pronuncia sobre o assunto.
Pronuncia. Presente. O ato de não ter se pronunciado já não é favorável à emissora. Continuar nesse gerúndio mais do que irritante do "não está se pronunciando" só pode ser brincadeira.


Se bem que o Sílvio Santos acha tudo engraçado, mesmo. Fazer o quê?

domingo, 24 de maio de 2009

Livro revela os segredos dos roteiros da Disney


A Panda Books acaba de lançar o livro Os Segredos dos Roteiros da Disney: Dicas e Técnicas para Levar Magia a Todos os seus Textos, escrito pelo americano Jason Surrell, roteirista e produtor da Walt Disney Imagineering.

Na obra, Surrell, baseado em sua experiência, dá dicas de como escrever uma trama atraente, como alinhavar uma história, construir os personagens, como recriar textos clássicos e os demais aspectos que envolvem o processo de criação de um texto.

O processo criativo é dividido em três fases:

- Inspiração, o momento em que as ideias nascem e evoluem. O autor discute sobre o uso de contos de fadas, mitos e lendas e a técnica consagrada pelo tempo de contar uma velha história de uma nova maneira;

- Transpiração, o ato de escrever. Surrell ensina a desenvolver heróis que tenham credibilidade, a importância dos subenredos e dos personagens de apoio, os artifícios para aprofundar a trama e as reviravoltas que alinhavam a história;

- Clímax, o ato de reescrever. Trata da crítica ao próprio trabalho, mantendo a motivação e a inspiração nos altos e baixos da criatividade.

Todos os capítulos são entremeados por citações do próprio Walt Disney e histórias pessoais da criativa comunidade Disney, que oferecem estímulo para o máximo desenvolvimento do potencial criativo do leitor.

Os Segredos dos Roteiros da Disney tem 228 páginas no formato 14 x 21 cm e custa R$ 35,90.

Fonte: HQmaniacs


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Adicione uma colher de açúcar, uma xícara de chá de leite, duas colheres de manteiga, mais uma xícara disso, outra daquilo... mas o segredo da receita mesmo fica com aquela tia velha, que nunca o revela. A diferença é que, mesmo revelando o "segredo", escrever é o tipo de coisa que não se a ensina depois da pré-escola, simplesmente porque não se aprende. No máximo as técnicas se repetem. E onde fica o talento? O conteúdo? A inspiração?
Daqui a pouco vão querer dar aulas de criatividade nas "universidades"...




...ops, já fazem isso.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Show de horrores

Justiça revoga licença que permite à menina Maisa trabalhar


A Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Osasco revogou a licença que permitia que a menina Maisa Silva, que completa sete anos hoje, trabalhasse. Como se trata de uma menor, detalhes do processo não são fornecidos pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, que entrou com a representação no Fórum de Osasco. Maisa apresenta desenhos no SBT e participa de um quadro no "Programa Silvio Santos". Em duas edições do programa do dono da emissora, a menina chorou. Em uma, um menino pintado de monstro a assustou, e na outra, a menina bateu a cabeça em uma câmera. Também hoje, o Ministério Público Federal (MPF) informou por meio de comunicado que deseja saber do Ministério das Comunicações se o órgão tomará providências quanto às denúncias de exposição inadequada da menina.




Fonte: folha online
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O assunto "Maisa" se tornou uma piada nacional. Particularmente, nunca encontrei alguém que tratasse o assunto com seriedade, seja dentro da Faculdade ou em uma mesa de bar. No entanto, ao acessar o site da Folha de São Paulo e me deparar com a garota estampando a primeira página, senti um misto de surpresa e indignação. Tanta importância a essa tal "piada nacional"? Algo está errado. A indignação, contudo, foi por perceber que, mais do que piada, a questão se tornou um verdadeiro show de horrores - e que eu mesma ignorava até então a dimensão do assunto.


O público aplaude em explícita aceitação da menina chorando no palco, sendo trancada e arrastada dentro de uma mala ou gritando desesperadamente. Os comentários são os melhores. "Isso é vingança, por causa do caso da peruca", como dito em um vídeo postado no youtube . Os comentários do Sílvio Santos não ficam atrás. "Ai, que engraçado". Engraçado mesmo, a ponto do Ministério Público precisar intervir no caso.


A sensação que ficou é que perdemos o limite entre o trágico e o cômico. Rir de tombos na rua, achar engraçado a sessão Faustão de "cassetadas"... o ponto-mor foi o dia em que a minha vó - protestante fervorosa - começou a rir ao assistir o noticiário local, que no momento tratava de "criminosos" presos. Perdemos mesmo a noção? A disfunção narcotizante da comunicação passou a causar riso em vez de apatia? Continuaremos como hienas, ingerindo toda essa merda e rindo? Sinceramente, tenho medo das respostas.


Links:
Maisa chorando no palco:
http://www.youtube.com/watch?v=vFQC7YdrkEI&feature=related


Silvio Santos coloca Maisa dentro de uma mala:
http://www.youtube.com/watch?v=amPkD6Wrv4Q

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A Folha mostrou ainda um site criado pela "libertação" da menina Maisa. Já é alguma coisa.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Cafeicultores mineiros pagarão dívida com café

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, decidiu que os cafeicultores endividados com o Estado poderão realizar o pagamento em café. O pronunciamento foi feito hoje pelo governador após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

De acordo com Aécio, os cafeicultores devem cerca de R$ 1 bilhão ao governo federal. Ficou acertado que o pagamento da dívida será feito ao longo dos próximos vinte anos, sendo pago 5% da dívida anualmente.


O preço estipulado às sacas de café foi estabelecido pelo Ministério da Agricultura, e ficará entre o praticado hoje no mercado e o reivindicado pelos produtores. Os leilões para acertar as opções de compra do grão serão pautados pelo próprio governo.

Medida parecida foi tomada nos anos 30, pelo então presidente Getúlio Vargas. Como modo de diminuir o impacto causado pela crise da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, o presidente comprou grande parte do estoque de café dos cafeicultores e ordenou a queima de milhões de sacas, para tentar evitar a desvalorização no preço do produto, que na época era responsável por 70% das importações do país.
(Veja mais aqui)

Aécio Neves lembrou que os produtores de café também acumulam uma dívida com o setor privado, na ordem de R$ 3 bilhões, e pediu ao governo federal que assuma uma parte do débito.

(Fonte: Folha Online)