domingo, 28 de junho de 2009

Gripe suína volta a ser destaque e muda o calendário de faculdades paulistas

Após todo o escarcéu realizado pela queda do voo 447 da empresa aérea Air France, a preocupação com a gripe suína (oficialmente chamada de Gripe A) volta a tomar espaço na preocupação pública.

Hoje pela manhã foi confirmada a primeira morte causada pelo vírus H1N1 no país. A vítima foi Vanderlei Vial, de 29 anos, que residia no Rio Grande do Sul. De acordo com boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, Vanderlei foi infectado pela gripe enquanto passava uma estadia de sete dias na Argentina.

O cuidado para evitar a propagação do vírus fez com que a Universidade de São Paulo (USP) e a Cásper Líbero suspendessem as aulas de milhares de alunos. De acordo com notícia divulgada em 25 de Junho pela Folha Online, a Cásper Líbero adiantou em cinco dias as férias de 3500 alunos, após a confirmação de dois casos da gripe entre os graduandos de jornalismo.

Já na USP, as medidas foram tomadas pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA). De acordo com a mesma notícia da Folha, a confirmação de três casos motivou a suspensão das aulas de aproximadamente 3000 alunos. No site da própria FEA há uma nota com explicações acerca da medida. De acordo com a nota as aulas foram suspensas por uma semana, e apenas para alunos da graduação e outras atividades de estudo em que haja grande aglomeração de estudantes – ocasiões favoráveis para a transmissão da doença.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Gone too soon


"Born to amuse, to inspire, to delight. Here one day, gone one night." (Michael Jackson - Gone too soon )


E lá se foi o rei do pop. Uma parada cardíaca em casa e se foi, cedo demais. A ressuscitação cardiopulmonar que os médicos tentaram não foi suficiente. No horário de Brasília, Jackson se foi às 17:07h. Um final de tarde que logo se transformou em noite... like a sunset, dying with the rising of the moon.


Não fui a sua maior fã, tampouco acompanhei grande parte de sua carreira, mas muitas das minhas noites de extravagâncias não seriam as mesmas se não fosse esse o som tocado pelos DJs. Som de alguém muito mais extravagante - e rei justamente por isso. A reação dos fãs mais fervorosos não pode ser expressa em palavras. Vê-se de tudo: de choros compulsivos a ofertas para a compra de Neverland. A sensação geral, no entanto, é de que algo errado aconteceu. Algo que nunca aconteceria, na verdade - ou ao menos não deveria acontecer.

Fica aqui o nosso adeus. A ficha ainda não caiu. Parece ser algo reversível, como se Jackson só tivesse ido fazer uma visita íntima ao menino Jesus, em um céu ao melhor estilo Neverland, e logo estivesse voltando.

Mas quem se importa? Jesus ama todo mundo. Principalmente Michael Jackson.

E como não amá-lo?



Vídeo com a música Gone too soon. Muito bonito, por sinal.


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Hoje tem palhaçada?

Tem, sim senhor!
Não demorou muito: Gilmar Mendes atacou novamente. Depois de comparar jornalistas a cozinheiros, hoje foi o dia de soltar mais algumas pérolas. Como se não bastasse a derrubada da obrigatoriedade do diploma para jornalistas, Mendes indicou que isso deve acontecer com outras profissões. Ele não especificou quais, mas afirmou que a regulação só é "excepcional" quando há ameaça aos valores básicos ou à saúde, por exemplo.


(Fonte: G1)


A pergunta que não quer calar: o que exatamente, senhor Mendes, o senhor define como ameaça aos valores básicos? Pelo amor de deus! Vamos lá, raciocínio lógico, não é tão difícil assim. Jornalismo : comunicação social. Não é possível que o senhor não tenha idéia da dimensão da influência que a mídia causa em uma sociedade. Como toda e qualquer influência, esta pode ser, inclusive, prejudicial. E muito. Não estamos falando de um restaurante que deixou a comida vencer e esta causou intoxicação alimentar em 20 pessoas. Está em pauta um meio de alcance global.

Duvida dos riscos? Ok, Escola Base, 1994. Um grupo de seis pessoas estaria envolvido no abuso sexual de crianças. O delegado responsável pelo caso forneceu à imprensa as informações preliminares. Antes que a veracidade das denúncias fosse verificada, vários órgãos da imprensa publicaram séries de reportagens sobre o caso. No grupo estavam os donos dessa escola. No final, as denúncias não tinham qualquer fundamento e o inquérito policial foi arquivado por falta de provas. Diversos órgãos da imprensa foram condenados. Quanto aos acusados? Hoje sobrevivem de uma barraquinha de xerox em alguma rua de São Paulo.


A humilhação pública não tem volta. O "suspeito" deixa de ser mera hipótese e já passa a acusado quando os jornais querem - e visando o lucro e o sensacionalismo é bem fácil querer. E dizer que mau jornalismo não é uma ameça à sociedade? Pior do que matar um ser humano é destruir a sua vida enquanto as suas funções vitais ainda estão longe de ceder. Daqui a pouco, maus professores, sem qualquer formação, também não constituirão uma ameaça aos valores básicos. Afinal de contas, qualquer um consegue usar a fórmula giz + cuspe e repetir a mesma baboseira que é repetida há anos. Da mesma forma que qualquer um escreve uma notícia. Mas não com a devida competência e a (in)formação que tais atos exigem.


Se bem que nenhum argumento importa aqui. Nesses casos, só o dinheiro fala. Isso é o mínimo que podemos esperar de alguém que aceita propina para dar um habeas corpus ao Daniel Dantas. Ou que aceita propina para votar contra a cassação mais do que justa de um prefeito de uma cidadezinha no interior de Goiás. Ou que aceita propina pra... aliás, mais fácil dizer pra que o senhor não aceita. Só não tenho a resposta.



Sinceramente, senhor Mendes? Chega. Cansamos.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

E agora, diploma?

Dia 17 de Junho de 2009: por oito votos a um, o Supremo Tribunal Federal decide que para o exercício da profissão de jornalista não se precisa de diploma universitário. (Leia aqui)

As reações estão aí. Desde ontem a frase que mais ouço é: e agora, o que vou fazer com meu diploma? Alguns dizem que vão parar a faculdade, os mais idealistas procuram fatores positivos na decisão do Supremo (Supremo Tribunal Federal), outros vão usar o diploma como lenço. Ainda há os que falaram que vão prosseguir, mas sem entender exatamente o porquê – isso tem nome, é comodismo.

Pois é, como fica minha situação? Estou estudando exatamente pra quê? Bem, antes que alguém possa responder a minha pergunta eu mesmo já o faço, com o intuito de mostrar que eu sei bem a resposta. Se não soubesse, não faria muito sentido estar ocupando uma cadeira na graduação de Jornalismo. Estou estudando porque acredito na profissão. Estou estudando porque acredito que como profissional devidamente graduado (sendo jornalista, não “estando” jornalista) eu possa fazer diferença entre os demais. Estou estudando – arrisco a dizer ainda – porque acredito que ainda haja empresas decentes no campo da comunicação.

A eliminação da obrigatoriedade do diploma não invalida o diploma. Portanto, são duas classes de profissionais: os que são jornalistas formados (tem o jornalismo como profissão, não como serviço) e os que são jornalistas por oportunidade de estarem trabalhando em uma empresa jornalística (estão jornalistas, e o deixarão de estar tão logo saiam da empresa). Sem ser utópico, mas mantendo a leva otimista de pensamento, acredito – e preciso acreditar – que empresas sérias de comunicação, que prezem pelo seu nome, pelos seus profissionais e pelo seu trabalho, optarão por jornalistas que tenham o direito de se considerarem como tais – os formados em jornalismo.

Mas antes de começarmos a fazer planos, é preciso enxergar que a decisão não descerá assim, tão fácil, pela garganta dos milhares de estudantes de jornalismo e jornalistas já em exercício. Hoje mesmo, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, já revelou estar planejando um projeto de lei para tornar obrigatório o diploma. O deputado Miro Teixeira também se posicionou a favor da elaboração de uma regulamentação específica para os jornalistas que se encaixe dentro da Constituição. Ele mostrou claramente uma posição contrária à decisão do Supremo e criticou os ministros por não levarem em conta a evolução das profissões, lembrando que antigamente também não era necessário o diploma para se advogar em um tribunal e, hoje, não só é necessário o diploma como também “uma prova duríssima na OAB”. A própria OAB, aliás, também se posicionou a favor do diploma. (Leia aqui)

Em tudo o que aconteceu, o mais duro de aceitar foram os absurdos pronunciados por Gilmar Mendes – como que o mau exercício do jornalismo não oferece perigo à sociedade. Mas o presidente do Supremo chegou ao extremo da falta de sentido quando comparou o jornalista a um cozinheiro (nada contra a profissão), dizendo que um cozinheiro pode ser formado em um bom curso de culinária, mas nem por isso toda e qualquer refeição precisa de um culinário formado. Senhor Mendes, de onde brotaram essas parvoíces?! (Leia aqui)

Ainda por cima, bateram na tecla que em vários outros países, incluindo aí muitos europeus e até a vizinha Argentina, faz-se jornalismo de qualidade e sem necessidade de diploma. De fato. Mas nesses países, as empresas têm mais compromisso ético, as punições legais são severas (ou no mínimo aplicadas) e as instituições públicas não são presididas por pessoas que confundem profissões tão distintas (em sua relevância social e atribuições) como a culinária e o jornalismo.

Não estou conformado, e à minha maneira de pensar, a melhor maneira de mostrar essa indignação e lutar contra essa decisão irresponsável é prosseguir meu caminho na faculdade de jornalismo.

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Leia mais sobre os pronunciamentos do ministro Hélio Costa e do deputado federal Miro Teixeira.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Alimentação e transporte em foco pelo MEC

O Ministério da Educação anunciou essa semana a sanção da Medida Provisória (MP) 455, através da qual aumentará as verbas da educação básica em dois pontos de extrema importância: o transporte a alimentação.

Para a alimentação dos alunos, houve um aumento de R$400 milhões. Com essa mudança, espera-se atender 12 milhões de alunos a mais. A agricultura familiar foi beneficiada com essa medida: do total repassado aos estados e municípios para a alimentação escolar, 30% deverá ser gasto com produtos produzidos por agricultores familiares e empreendedores rurais (de âmbito familiar). (Saiba mais aqui)

O número de alunos beneficiados com a nova MP é estimado em 47 milhões

O transporte escolar rural também é contemplado pela medida: o governo federal vai ampliar a ajuda a municípios e estados que possuem alunos matriculados no ensino médio em áreas rurais, para que ofereçam o transporte escolar. Nesse setor o aumento da verba será de R$100 milhões.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Enem recebe mais de 90 mil inscrições em oito horas





Até as 15h30 desta segunda-feira (15), primeiro dia para as inscrições no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edição 2009, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou ter recebido mais de 90 mil inscrições por meio do site.

O estado de São Paulo liderava no horário o número de inscrições (19.338), seguido por Bahia (10.001), Minas Gerais (8.286) e Rio de Janeiro (6.894).

O Inep, instituto vinculado ao Ministério da Educação (MEC) e responsável pela elaboração do exame, estima que, no total, sejam feitas sete milhões de inscrições até 17 de julho, quando terminam as inscrições de quem está concluindo o ensino médio. Essa estimativa leva em conta os concluintes do ensino médio, os matriculados nos cursos de Ensino de Jovens e Adultos (EJA) - o antigo supletivo - e o número de egressos que se inscreveram no ano passado.
As inscrições para o Enem começaram nesta segunda-feira às 8h. A prova, com 180 questões de múltipla escolha e uma redação, será aplicada nos dias 3 e 4 de outubro.





Fonte: g1



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Ainda creio ser difícil determinar até que ponto o aproveitamento do Enem, ou a troca do vestibular normal por essa forma, sejam benéficos. A Universidade Federal de Goiás, por exemplo, já usa 20% da nota do Enem na 1ª fase. No meu ano de vestibular, essa medida ainda não havia sido tomada, mas a 1ª fase da prova também passava por mudanças, que teoricamente visavam o conhecimento interdisciplinar. O resultado prático? Uma bagunça. Assim como todo o vestibular, é claro. Decorebas demais, conhecimento de menos e toda aquela história que a gente já sabe.


Mudanças, sejam elas positivas ou negativas, sempre tem a sua fase de adaptação. O problema é: até que ponto se adaptar é a solução? O Enem vai mesmo testar mais o conhecimento do que o vestibular comum? E até quando vai ser preciso passar pela fase de "bagunça" pra tudo se adequar?

sábado, 13 de junho de 2009

Cristovam Buarque quer incluir Educação na agenda do Conselho da República

O senador Cristovam Buarque apresentou, na quarta-feira última, um projeto de lei visando que o assunto Educação seja incluído como um dos temas de relevância do Conselho da República¹.

De acordo com o senador, a inclusão é uma garantia de que a Educação não seja deixada de lado em futuras presidências: "(...) No futuro, presidentes da República que, se não se comprometerem por si próprios (...) a colocar a educação como um vetor fundamental do progresso, pelo menos por força da lei tenham de tomar algum tempo do seu dia para discutir esse assunto."

Cristovam Buarque dá gosto por sempre ostentar esse compromisso com a Educação. Quando foi candidato à presidência em 2006, fundamentou seu plano de governo na qualificação da educação básica, não tendo medo de enfrentar a população "faminta" por medidas "impactantes" e imediatas. Ainda agora, ao propor esse projeto de lei, o senador reforçou os seus ideias, afirmando que a crise educacional compromete o futuro do país de maneira mais grave que qualquer outro problema social, e que mudar a educação é a única maneira de se combater os dois grandes males que assolam o Brasil: a desigualdade e o atraso.

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¹O Conselho da República é um órgão cuja função, como já diz o nome, é "aconselhar" o presidente em temas como estado de defesa, estado de sítio, intervenções federais, etc. Integram o Conselho, entre outros, o Vice-presidente de república e os presidentes do Senado e da Câmara. (Saiba mais aqui)